Enquadramento
A governação clínica e de saúde pode ser vista como a construção de um sistema que permite desenvolver capacidades organizacionais para oferta de cuidados de saúde de qualidade, sustentáveis e focalizados no utente.
A boa governação clínica e de saúde baseia-se numa abordagem descentralizada multinível, com autonomia na linha da frente, estimulando o brio, a criatividade e o envolvimento entusiástico de todos. Os seus princípios, estratégias e práticas devem estar presentes em todos os pontos da organização. Esta abordagem descentralizada e participativa envolve e inspira os profissionais e as equipas e, como consequência, influencia os processos e os resultados do conjunto.
A implementação da “GOVERNAÇÃO CLÍNICA E DE SAÚDE” numa USF ou UCSP, representa um desafio para todos os profissionais em termos de trabalho de equipa. O desenvolvimento da governação clínica e de saúde numa USF ou numa UCSP, pressupõe quatro ideias-chave:
- Todos os profissionais devem ter boas práticas (profissionais qualificados e com processos de desenvolvimento profissional contínuo);
- Os utentes devem ser protegidos das más práticas (patient safety, a gestão do risco);
- Os maus desempenhos profissionais têm que ser melhorados (melhoria contínua da qualidade, numa lógica de identificação e diminuição do erro);
- A organização é capaz de demonstrar que está a fazer bem e apresentar resultados (exigência de transparência).
É preciso fazer certo, as coisas certas e melhorá-las dia a dia.
Finalizamos as sessões em sala com a projeção dos trabalhos práticos para os próximos seis meses, a realizar no local de trabalho do profissional com apoio online da equipa pedagógica.
Objetivos
1.Identificar e caracterizar os passos essenciais dos ciclos de projeto em governação clínica e de saúde.
2.Caracterizar as diferentes dimensões da governação clínica e de saúde.
3.Identificar as práticas adequadas à promoção da segurança nos cuidados de saúde
4.Percecionar a amplitude e a complexidade do trabalho em equipa na discussão de casos-problema e as vantagens da consultadoria clínica.
5.Compreender a necessidade das equipas implementarem com apoio externo, programas de qualificação da prescrição da medicação.
6.Sensibilizar para a importância das práticas seguras com medicamentos de uso crónico.
7. Conhecer os conflitos de interesse existentes no processo de atualização e formação contínua.
Conteúdo programático
- Introdução à Governação Clínica e de Saúde – O que é?
- A governação clínica e de saúde como fator de motivação profissional.
- Onde se faz? Quem faz? Como fazer? – Estratégias – métodos – instrumentos e exemplos concretos.
- Práticas seguras com medicamentos de uso crónico.
- Conflito de interesses, fontes de informação cientifica e formação contínua.
- Qualificação da referenciação interna dos doentes (ex. Nutrição, UCC, Psicologia Clínica, etc).
- Qualificação da referenciação externa dos doentes (ex. especialidades hospitalares, outras).
Organização
Modalidade: formação online (5h) + formação em contexto presencial (15h) + formação/acompanhamento em contexto de trabalho (10h)
• Início da formação assistida (online).
• Formação em sala de 15 horas
• Acompanhamento de trabalho prático: 10h de formação assistida, solicitada pelos formandos, via online, para validação, execução e acompanhamento dos trabalhos na plataforma Sapo Campus.
Coordenadores
Coordenador Científico: João Rodrigues, assistente graduado sénior de MGF na UCSP Celas
Coordenador Pedagógico: Mário Rua, enfermeiro de família na USF de Pedras Rubras (Maia)
Formadores: António Rodrigues, Paula Broeiro e João Rodrigues