GOVERNANÇA CLÍNICA, GOVERNANÇA INSTITUCIONAL E GOVERNANÇA INTEGRADA
DATA
1 de julho | 9h00-18h00
ENQUADRAMENTO
O conceito governança clínica (clinical governance) surgiu no Reino Unido, no contexto da reação à deriva privatizadora e financeirista iniciada em 1979 por Margaret Thatcher.
Como resultado, nos anos subsequentes, assistiu-se a uma tão continuada quanto aprofundada desqualificação da intervenção dos profissionais de saúde que se traduziu no seu afastamento das decisões das instituições onde prestavam cuidados e, a nível mais geral, do seu contributo na definição dos rumos para o sistema de saúde. E um inevitável mal-estar e a subsequente contestação quer por parte destes, quer de cada vez mais vastos setores da população perante uma patente e generalizada deterioração da qualidade na prestação dos cuidados de saúde.
Daí que, em maio de 1997, tenha surgido um conceito inovador – a governança clínica –, apontado a constituir-se como contraproposta à forma como até então foram administradas as instituições de saúde e os seus modelos gestionários, mas, também, à (re)inclusão dos profissionais de saúde na sua gestão e na do próprio sistema de saúde.
A governança clínica tenderia, então, a constituir-se num sistema vincadamente participativo, tendo como objetivo central a melhoria contínua da qualidade da prática clínica e o decorrente alcançar sustentado de melhores resultados em saúde.
Atividades emergentes, tais como a auditoria clínica, ou mais tradicionais, como a investigação, o desenvolvimento profissional contínuo e a gestão de risco constituíram-se, então, nas pedras angulares para a consagração da governança clínica.
Este novo quadro de referência implantou-se e rapidamente se expandiu para o Canadá, a Austrália e Nova Zelândia, entre outros países, aí superando o modelo tradicional de comando-controlo e de dominação burocrática, com a expectativa de que a qualidade iria melhorar incrementalmente, estimulando-se a autonomia responsável dos profissionais de saúde integrados em equipas e com o apoio explícito dos gestores e decisores políticos.
Certo é que, em Portugal, estes anos passados, o conceito “governança clínica” não conheceu a materialização desejável, sendo, por tantos, várias vezes confundido com estafados estereótipos. A mero título de exemplo sobressai a recorrente utilização por parte desses do tão majestático quanto redutor chavão do “poder médico”.
Em contraponto a este tipo de evocações herdadas do passado e à luz dos resultados obtidos através da avaliação continuada dos novos modelos de gestão e participação ensaiados noutras paragens (em que o Reino Unido não constituirá o melhor exemplo) e da subsequente adesão ao conceito por parte de outros sistemas de saúde, a governança clínica foi-se rápida e conceptualmente enriquecendo e implantando na vida das organizações, constituindo, hoje, um desafio de inadiável concretização também no nosso Serviço Nacional de Saúde.
É sobre isto que este curso que agora vos propomos se propõe debruçar.
FORMADORES
António Rodrigues – médico de família (aposentado) – Coimbra
João Nunes Rodrigues – médico de família – USF CoimbraCelas
José Luís Biscaia – médico de família – ACeS Baixo Mondego
PREÇO
Sócios 77€ | Não Sócios 100€
Inclui almoço.
*Preço promocional até final de maio.
NOTAS:
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INSCRIÇÃO PELOS INCENTIVOS INSTITUCIONAIS
Caso pretenda realizar a inscrição através dos incentivos institucionais, por favor lei a informação disponível no pdf para garantir que a mesma cumpre os requisitos necessários.